Mapa Psicogeográfico | Estudos #1

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Olhámos para o bairro e olhámos para nós. 

Começámos por rever as nossas visitas, aquilo que as marcou - e nos marcou - e começámos por tentar perceber o que é que, para nós, a essência do bairro, o que é que o torna único, diferente de todos os outros que já conhecíamos, mesmo que aparentemente revelassem semelhanças. Através dos vários pontos de referência no bairro da liberdade (escuteiros, igreja, cafés, aqueduto, entre outros), que foram surgindo ao longo do nosso reconhecimento e das nossas visitas, delimitámos a área do bairro que nos interessava, definimos trajectos, criámos relações sociais e interligações entre os pontos de interesse e procurámos entender o que é que cada um desses pontos, e o que poderia vir associado a eles (pessoas, ambiente), nos transmitia, que lugar tinha nas nossas experiências e no bairro. Começámos a esboçar o nosso mapa psicogeográfico.

No primeiro esboço podem ver-se traços simplificados do mapa local e claramente alguns destaques. Após uma seleção, através do desenho, foram-se retirando as ruas e cada vez mais se foi alargando o conceito de mapa geográfico, em detrimento do crescente simbolismo associado a cada elemento exposto. Reviver algumas experiências como raio de influência de cada ponto, ou utilizar um registo cronológico das visitas ao bairro, levou-nos a duas vertentes críticas: ou um mapa que apontaria o que um visitante viria ao visitar o bairro, tal como nós nas primeiras visitas vimos, ou uma associação de ideias entre os pontos de interesse do nosso grupo.

Foram muitas as tentativas de tentar conciliar aquilo que para nós era importante, com o que achávamos que poderia ser interessante para quem lá fosse e com o que de certa forma também reclama o seu lugar e peso no bairro. 

A garagem do senhor Manuel é uma autêntica cidade de memórias do bairro. Quase infinita (para nós), esconde objectos que contam histórias e que também são sítios e pessoas. E se nós fossemos a garagem? Que memórias guardaríamos do bairro? 

Tal como a garagem do senhor Manuel é um repositório de fragmentos do bairro, nós, a nossa “garagem”, vai recolher e “sugar” referências, características e elementos que identificam de alguma forma aquele bairro. Assim, a vertente de associações de ideias, que construímos do bairro, toma vida ao personificar o “Senhor da Garagem” e o seu ofício (no mapa como “Venda de Garagem”). 

Nesta garagem, os objetos recolhidos no Bairro da Liberdade estão dispostos em função de uma lógica somente conhecida pelo seu dono. Por isso, para terceiros é apenas uma enorme confusão de artefactos das ruas do bairro. Os estudos da “Venda de Garagem” com setas castanhas representam essa mesma confusão. 

Através de elementos tipográficos representativos dos pontos de interesse criámos também a GARAGEM, que como foi dito anteriormente "absorve" as letras, das palavras dos pontos de interesse, que a compõem. 

Em baixo seguem-se os estudos realizados.


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