Texto #0 | Bairro

“Parte de uma localidade que se distingue por determinada circunstância” é a definição de bairro no dicionário Priberam. Contudo, falta-lhe vivência, falta-lhe identidade, falta-lhe o que faz de um bairro, um bairro. Como defendido por Nuno Pires Soares, o conceito de bairro é muito vasto e é mutável consoante o caso. Pode ser definido por vários fatores, entre eles a arquitetura, situação geográfica ou mesmo um grupo proveniente da mesma região.

“Lisboa são os seus bairros” pode hoje em dia referir-se aos participantes das marchas populares. A original intenção da frase foca-se na vivência popular que ainda hoje os mais velhos retratam nas suas histórias. Um bairro significava um conjunto de moradias em que os vizinhos se conheciam, talvez desde nascença, e que acompanhavam as vidas uns dos outros. Um sítio de vidas independentes mas invariavelmente interligadas. Daí, pela intensidade adjacente às memórias de infância, ouvimos o lamentar de “como era antigamente”, a necessidade de recordar e a saudade. 

“Lisboa são os seus bairros” pode hoje em dia referir-se aos participantes das marchas populares. A original intenção da frase foca-se na vivência popular que ainda hoje os mais velhos retratam nas suas histórias. Um bairro significava um conjunto de moradias em que os vizinhos se conheciam, talvez desde nascença, e que acompanhavam as vidas uns dos outros. Um sítio de vidas independentes mas invariavelmente interligadas. Daí, pela intensidade adjacente às memórias de infância, ouvimos o lamentar de “como era antigamente”, a necessidade de recordar e a saudade. 


Entre os bairros de Santos, Estrela d’Ouro e o Bairro da Liberdade, inclinámo-nos mais para os dois últimos e decidimos visitá-los.



Santos é um bairro moderadamente conhecido devido aos seus bares, mas apenas moderadamente. Por outro lado, para além de já estar escolhido por outros colegas, queremos um bairro com menos intervenções e onde a nossa faça a diferença. Começamos então pelo Bairro da Estrela d’Ouro. Aqui, mais concretamente na antiga casa de Agapito Serra Fernandes, fundador do bairro, encontramos Ajuda. Um funcionário, que nos orientou e nos forneceu algumas informações e curiosidades sobre o processo de colonização e construção, e da história do pequeno bairro da Estrela d’Ouro. No geral, aparentou ser um bairro com bastante história (por descobrir), interessante, na medida em que a sua evolução nada interferiu com a aparência do passado e mesmo este permanece bastante presente nas bocas dos bairristas, contudo bastante pequeno e pouca agitação social. Para além destes aspetos negativos, já outro grupo apresentou interesse em explorar este bairro. Sendo um bairro pequeno e bastante concreto na sua história, não consideramos apropriado para ser explorado por dois grupos. Por isso, optamos por pôr esta hipótese de parte.

Continuamos pelo Bairro da Liberdade. Neste, deparamo-nos com uma grande degradação, abandono, e população pouco satisfeita com a evolução espacial/social do bairro. Conversamos com alguns moradores e confirmamos a nossa primeira impressão. A falta de identidade e independência do atual bairro, marcou o final de todas as conversas, e criou, em certa medida, uma pressão para uma intervenção inteiramente social e com pouco espaço para uma vertente artística. Refutamos então esta opção.

Com isto, ponderámos novas opções. O Bairro de Alvalade, de São Bento e da Lapa constituem as nossas novas propostas de trabalho. A escolha final será apresentada após uma nova interação com os novos bairros.

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