Este é um livro que relata a evolução da forma de pensar de um rapaz,
Stephen, começando na visão do mundo pelos seus olhos quando bebé – que se
percebe através das histórias contadas, das onomatopeias e dos ensinamentos que
lhe transmitiam –, até chegar a uma idade mais tenra. São retratados os
pensamentos que passam pela cabeça do rapaz nas diferentes idades: enquanto
criança, todos os porquês e a busca pela justificação e compreensão de tudo o
que o rodeia e, já mais velho, os conflitos com os seus familiares e até mesmo
o processo para se definir a nível religioso. A análise do ser humano, das suas
alegrias, tristezas e fraquezas e a procura por todas estas respostas é feita
quase obcessivamente. Quando regressa à escola, descobre-se como pecador,
recordando-se do seu passo religioso e desespera por não conseguir mudar isso. Há
medida que o tempo passa vai-se apercebendo que se tem de desprender dos
dogmas, da família e de tudo o que o agarra aos sentimentos de desespero, medo
e culpa. Desta forma, este jovem
percebe que há perguntas que não são de resposta fácil e que muitas vezes a solução
é descomplicar e ser livre para descobrir o mundo, mesmo que isso implique
cometer erros e ser pecador. Ele segue uma vida própria e vai descobrir, “fora
do lar e dos amigos, o que o coração é e o que ele sente”. É assim que se sente
o amadurecimento deste jovem.
Este livro leva-me a pensar que por vezes devo libertar-me mais enquanto artista e não me prender ao que sempre ouvi e ao que sempre me disseram. Devo desprender-me da sociedade e ter a minha própria liberdade criativa e as minhas próprias ideias, sem medo de que as pessoas não gostem ou de estar a cometer um erro. Pois é a errar que se aprende, e não a pensar constantemente numa pergunta que, se não foi posta em prática, nunca terá uma resposta.
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