Jornal 1 | Em construção #5


Para fazer os 20 exemplares da primeira edição do MERD À SOMBRA, decidimos fazer uma primeira transferência de todos os títulos, ilustrações e letras de corpo maior para folhas a branco. De seguida fotocopiámos esta transferências 20 vezes em papel craft, para fazer os 20 exemplares. A transferência foi feita com acetona e resultou muito bem após duas experiências.

Márcio Nazareth: Acto 3


De 23 a 30 de Abril estiveram em expsição na galeria da FBAUL os trabalhos do ex-aluno Márcio Nazareth. Infelizmente, nunca chegou a terminar o seu curso na faculdade pois faleceu. No entanto, deixou um "espólio" de trabalhos fantásticos, um verdadeiro exemplo de um aluno trabalhador e empenhado. Mais do que uma exposição, pode ser considerada também uma homenagem a um grande designer. Gostei muito de toda a exposição e senti a necessidade de tirar muitas fotografias para me inspirar para os meus projectos. É notável que ele teve um pequeno grande percurso, na medida em que os seus trabalhos estão todos espectaculares. Fiquei com vontade de ficar a ler os livros, as brochuras... Passar lá todo o dia. Ele arriscou muito na mistura de materiais e resultava sempre! Desde fotografia, a tipografia, a deisgn gráfico... Foi emocionante e, de certa forma, revoltante. Certamente tinha ainda muito mais para criar, recriar, inventar, reinventar. 


Jornal 1 | Em construção #4


Para fazer os 20 exemplares da primeira edição do MERD À SOMBRA, decidimos fazer uma primeira transferência de todos os títulos, ilustrações e letras de corpo maior para folhas a branco. De seguida fotocopiámos esta transferências20 vezes em papel craft, para fazer os 20 exemplares. A transferência foi feita com acetona e resultou muito bem após duas experiências.


Revolução 25 de Abril


Tendo em conta o mês em que estamos e a data que, para o nosso país, é a mais importante deste mês, o 25 de Abril, decidimos fazer este gif animado tendo como base um dos cartazes da Revolução, existentes na Colecção de Ernesto de Sousa. Esta colecção está esposta no Museu Berardo, no CCB. Desta forma, pertendemos que o 25 de Abril e, ao mesmo tempo, o 1 de Maio, Dia do Trabalhador, fiquem registados este ano pelo nosso grupo. Há que recordar que durante cerca de 40 anos, os portugueses não foram livres. Hoje, enquanto artistas, temos a liberdade de expressar tudo o que sentimos, da forma que queremos, sem sermos censurados. Talvez não nos imaginemos noutra situação porque sempre vivemos assim. Deixamos uma música de 1971, cujo autor é José Afonso que, para enganar a censura do Estado Novo, recorria a estratégias como o uso de metáforas, ironia e fábulas. 

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Porto. vence prémio de design



A nova imagem gráfica da cidade do Porto, apresentada em Setembro de 2014, foi distinguida no festival de 2015 da Associação Internacional para o Design e Publicidade D&AD, divulgou esta sexta-feira a autarquia. A marca "Porto.", fruto da criatividade do atelier White Studio, foi o escolhido na categoria "Branding" na edição do festival cujos prémios serão entregues no próximo dia 21 de Maio em Londres.

"Estes prémios são dos mais importantes do mundo, tendo este ano o júri composto por 187 designers, apreciado 22 mil trabalhos, oriundos de 85 países", assinala a Câmara Municipal do Porto em comunicado.

A marca, encomendada pela Câmara do Porto à White Studio, foi apresentada a 29 de Setembro de 2014 e visou desenvolver a imagem corporativa da autarquia mas também a criação de uma marca de cidade. Concebida por Eduardo Aires, a nova imagem gráfica da cidade pretendeu reunir todos os elementos do município, assumindo-se como um "rosto novo" que "se exprime na palavra Porto" e apela "simultaneamente a algo que já existe há muito tempo".

"Também a cor foi um aspecto fundamental da proposta. As igrejas e os edifícios revestidos de azulejos ocupam um lugar dominante no imaginário dos portuenses e dos visitantes. O azulejo cativou-nos por ser uma espécie de retrato estático da vida urbana. Os painéis de azulejos são contadores de histórias", referiu Eduardo Aires na apresentação da imagem em setembro.

No comunicado desta sexta-feira, a câmara refere não ser comum "uma marca de cidade ganhar prémios deste género" e que a "Porto." é "candidata a outros grandes prémios internacionais de design de comunicação".

in Público

Festival IN


Neste passado fim-de-semana, dia 26 de Abril, fui ao Festival IN na FIL. Fui a pensar que ia encontrar ideias muito inovadoras, empreendedoras e fora do normal. Coisas que eu nunca tivesse visto antes. Mas, contrariamente ao que pensava, como popularmente se diz, "vi mais do mesmo". Acho que praticamente nada me surpreendeu. Desde muitas "bancas" de impressão 3D a muitas vespas a vender waffles. Só pensava "isto vê-se e fala-se em todo o lado". Claramente, não consegui sentir que naquele festival/feira estavam ideias mesmo inovadoras.

A única que me chamou mais à atenção foi o que eles - os criadores - chamaram de "arte digital". Uns sensores, uns headphones e um triângulo estampado no chão. Eles disseram-nos que não explicavam o que era se não experimentássemos, então lá fui experimentar. Pus os headphones e, seguindo as indicações que me deram, fui para dentro do triângulo fazer movimentos, como baixar-me, saltar, levantar os braços. A cada movimento que fazia, ouvia um som diferente. Tirei os headphones e explicaram-me que dentro da caixa preta os sensores identificavam os movimentos e faziam com que ouvissemos um som. Cada som era único porque o nosso movimento nunca é exatamente igual, nem as estruturas corporais das pessoas são iguais. Tornou-se assim uma experiência pessoal e singular. 

Quanto ao resto, como disse anteriormente, nada me impressionou. Secalhar não vi tudo bem, talvez por serem tantos pavilhões com tantas bancas. É quase impossível não nos dispersarmos ou perdermos uma ou outra coisa. Mas não deixei de ir a uma das muitas vespas de waffles comer um. Estava bom. Mas não era inovador.

Jorna 1 | Em construção #3


Após reformularmos alguns aspectos do Jornal MERD À SOMBRA - os enunciados podem ver-se [aqui] - apresentamos os novos thumbnails e [aqui] o conteúdo do jornal.

Jornal 1 | Em construção #2


Vários foram os estudos que fizemos para a capa do jornal. Diferentes propostas para o nome, para a tipografia e composição da página. No fim, a escolha foi unanima. 

Painel de grupo


A última vez que fotografámos o painel, ele estava assim. Fotografias, desenhos, lugares marcados no mapa e percursos feitos ao longo das visitas. Infelizmente, nem tudo o que temos vivido no Bairro da Liberdade cabe neste painel. Todos estes materiais estão neste momento num dossier de pesquisa, onde colocámos tudo o que diz respeito à primeira parte do projecto. Em breve publicaremos também fotografias desse dossier.

Plano Editorial | Livro do Bairro

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Pop Up | O Livro do Bairro

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O primeiro livro POP UP, ou também chamado livro 3D, surgiu por volta de 1240, quando as animações não eram feitas para crianças, ao contrário do pensamento da actualidade, visto que a maioria das pessoas julga que este tipo de animações surgem apenas em livros infantis. Mais tarde, em 1775, Thomas Malton publicou A Compleat Treatise on Perspective in Theory and Practice, um livro trabalha perspectivas tanto no papel, em 2D, como no espaço, em 3D. 

Estes tipos de livros começaram a ter mais sucesso a partir do século XVIII, quando a tridimensão começa a ser feita geralmente para entretenimento, principalmente para crianças. Já no século XX, a publicação do Daily Express Children's Annual Number 1 foi um importante avanço na introdução do POP UP na vida das pessoas.

Livros como o recente Princepezinho ou Alice no País das Maravilhas são excelentes exemplos que tanto fascinam crianças como também adultos, para não falar em livros que não são comercializados da mesma maneira como o “ABC” e o “Lacoste”. Um dos aspectos mais importantes na engenharia do papel é a técnica ultra secreta - pois habitualemente está escondida entre as folhas - e difícil, que tanto nos intriga e fascina, ao ponto de nos fazer perguntar “Como é que é possível?”. 

Ao querer levar as pessoas a um estado de supra atração (sugação) pelo nosso livro decidimos apostar na animação, movimento e interactividade (por parte do leitor) que esta técnica permite. Queremos fazer um livro tentador.

Os POP UPS que tencionamos criar relacionam-se também com a experiência que temos tido ao longo deste percurso, na medida em que as convivências, as relações e associações de ideias que estabelecemos também aparecerem inesperadamente e de forma surpreendente.


Jornal 1 | Em construção #1


O jornal "Sentado à Sombra" foi criado especialmente para o Bairro da Liberdade. Retrata, de forma irónica e através de crónicas e sátiras, a inércia dos habitantes do bairro que, mesmo vivendo nas condições que vivem, nada fazem em relação à vida, porque não se importam. Este foi o primeiro teste impresso feito do jornal do bairro. Tendo como inspiração a primeira edição da revista MERZ, criámos um jornal somente a preto e o suporte é papel craft. O formato é 22,2x14 cm. Após esta primeira impressão, decidimos fazer algumas alterações, principalmente na capa, vamos desenvolver ainda mais os números das páginas e acrescentar conteúdo e páginas. O conteúdo já existente pode ler-se [aqui] e os thumbnails [aqui].

Storyboard | A Garagem

Este storyboard do filme "A Garagem" foi feito após as gravações. Depois de fazermos a primeira sequência do filme percebemos que há algumas alterações a fazer, que serão feitas também a este storyboard. Pode ver-se completo [aqui].

Guião | A Garagem

Este é o guião da nossa primeira proposta do filme. O guião está completo [aqui].

Do 70Z para o Bairro da Liberdade


Para realizar a cerimónia Potlatch, já tínhamos levado objectos do Bairro para os outros grupos. E porque não dar também um presente ao Bairro, às pessoas do Bairro? A verdade é que sem elas este projecto não estaria a acontecer! Por isso, dedicámo-nos a recolher algumas fotografias das pessoas que mais têm sido importantes, para nós, neste percurso: o Sr. Armindo, cuja garagem que é praticamente o centro do nosso projecto; o Sr. João, o mais perfecionista e dedicado em tornar o Bairro colorido, e que tem a horta mais bonita; e o Sr. António e a D. Adriana, que ajudámos com todo o gosto, a aparar o abacateiro e que se tornaram para nós um casal a visitar muitas mais vezes. Foi quase comovente ver quão felizes ficaram quando lhes fizemos a surpresa. Adoraram. Só o facto de terem fotografias deles próprios, do seu trabalho e algumas connosco, de 2015, foi extraordinário para eles! Provavelmente não tiravam uma fotografia há anos ou décadas. É, sem dúvida, uma experiência que queremos repetir e vamos continuar a “actualizá-los” com as fotografias que formos tirando. Esta intervenção permitiu também mostrar-lhes aquilo que tem vindo a ser o nosso trabalho.

Dadaísmo | O Livro e a Revista


Para uma nova fase do projecto, que incluí a realização de um livro e de uma revista, o Dadaísmo tem de ser, em certa parte, a nossa fonte de inspiração, a nossa referência. 

O Movimento artístico Dada nasceu em Zurique durante a Primeira Guerra Mundial, num clube de artistas chamado Cabaret Voltaire. Este movimento caracteriza-se pela sua faceta de irracionalidade, falta de sentido e organização, que claramente se destaca comparativamente aos padrões de arte habituais e perante à época de guerra que se vivia na altura. Questiona a verdade da originalidade, dando a hipótese de que qualquer pessoa possa ser artista e afirmando que qualquer coisa pode ser arte, até mesmo a própria vida. Um dos objectivos do dadísmo era conseguir fazer com que as pessoas reflectissem sobre as coisas, sobre o quotidiano, olhassem para as coisas sempre de uma maneira diferente.

Walter Benjamin refere-se ao dadaísmo como uma "maneira importante de reproduzir arte", quando escreveu The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction.

Os dadaístas estavam, por assim dizer, revoltados com tudo, mas não pretendiam mudar o mundo, apenas manifestarem-se à sua maneira - através da arte. Eram inconformistas.

O Dadaísmo foi claramente uma grande influência para o desenvolvimento da arte, contagiando rapidamente o mundo inteiro pelo seu carácter crítico inovador, que ainda hoje pode ser visto em épocas de crise e de protesto.

Assim, o Bairro da Liberdade, para nós, passa a não ser um bairro, mas sim outra coisa qualquer. Através de manifestos gráficos, iremos explorar o nosso lado Dada sobre o bairro, iremos sair da nossa zona de conforto, pondo de parte as ideias e interpretação mecanizadas. 


Mapa Psicogeográfico Animado


Depois de termos feito o mapa psicogeográfico em suporte de papel, decidimos fazer um GIF animado, de modo a transmitir o efeito de sucção pretendido.

A Garagem | Brevemente



Brevemente.

Conversa com Catarina Vasconcelos


"Tenho mais dúvidas agora do que quando estava no 1º ano de faculdade", introduziu. Fiquei entusiasmada, curiosa. Captou-me. Queria ouvir mais e saber mais. Talvez por ser uma pessoa que não conhecia, talvez pela introdução que fez, talvez pelo projecto que realizou e que eu já conhecia, de forma muito breve. 

O primeiro dos dois bairros que falou foi o Bairro 6 de Maio. Numa perspectiva pessoal, o Bairro 6 de Maio é, desde sempre, o bairro ao lado da casa dos meus avós e que me fez ouvir tiros durante uma noite que dormi na casa deles. O bairro onde vivem os meninos a quem dou catequese na paróquia da Damaia. O bairro onde eu passo de carro mas nunca visitei a pé por dizerem que é perigoso. O primeiro bairro que me veio a cabeça para trabalhar quando os professores falaram no projecto CityLab, exatamente por toda a mística e desconhecido que sempre senti que havia ali por descobrir.

A Catarina transmitiu-nos a sua vivência no Bairro 6 de Maio de uma forma muito singular e notou-se que foi um projecto que gostou muito de realizar. Todas as fotografias contavam uma história e faziam-me começar a imaginar o que teria acontecido naquele momento, do que estavam a falar... Toda a construção do bairro era "orgânica", a cada dia surgia algo e a degradação era algo que saltava logo aos olhos de qualquer um. Clandestinidade é a palavra certa. Não só em relação às construções mas também ao tráfico de droga. Tal como o Bairro da Liberdade.

Ela própria disse que se envolveu com o bairro, na intimidade das pessoas. Chegou a dormir lá! A fazer amigos, a ir a aulas de "semba"... Mas, recuando, disse-nos que a primeira grande relação foi quando a entrançaram, ou seja, quando as meninas lhe fizeram tranças no cabelo. A Catarina disse que doeu mas valeu a pena. Disse que o bairro se vivia na rua, porque as casas eram muito pequenas para conviver lá dentro. Falou das senhoras que oferecerem maçarocas de milho, por quem eu tantas vezes passo de carro! Disse que os homens iam para o café beber copos e as mulheres eram as donas de casa. E não podia ser de outra maneira.

Ela e as duas colegas do projecto comunicavam por cartas. Tudo lhes tocava tanto que era mais fácil falar assim, a escrever. E surpreendeu-me o diário de campo dela. Todos os textos e desenhos simples e organizados. "Também quero", pensei. "O tempo lá é diferente", disse ela. Disse que não se sentia capaz de julgar fosse o que fosse. Nem o tráfico de droga, nem os tiroteios... Era outro mundo, outra vida. Ela é que se tinha metido na vida deles, no mundo deles. Pintaram uma rua - a Rua da Alegria - com cores vivas e ao gosto das crianças e adultos que ajudaram. E os números das portas também foram pintados à mão! Tal como no Bairro da Liberdade!

De seguida, mas menos tempo, falou do Bairro do Armador. Confesso que o entusiasmo que tive não foi o mesmo. Mas quando vi o projecto que fizeram com as crianças, o espectáculo a projectar imagens delas, como convite a uma visita aos países criados por elas, foi fantástico. Que ideia tão simples mas tão boa!

Depois de ouvir e falar com a Catarina fiquei com uma vontade ainda maior de ler todo o livro do Projecto EVA. Foi, sem qualquer dúvida, uma conversa muito enriquecedora para o trabalho que estamos a desenvolver com o nosso bairro e motivante para o curso. Senti que o design não é nada se não houver interacção com outras pessoas, de outras culturas, com outras formas de ver e viver o mundo. Identifiquei-me com tanta coisa que ela disse mas ao mesmo tempo apeteceu-me ir à procura de muito mais. Apeteceu-me ir logo ao bairro falar outra vez com as pessoas. E ficar lá.