Esta é, sem dúvida, uma exposição
praticamente impossível de ver de uma vez só. São tantos cartazes que torna-se
muito difícil dar atenção a cada um deles sem ter vontade de lá voltar outra
vez.
O primeiro cartaz que vi foi o
que deu nome à exposição – Honey, I
rearranged the colletion – que estava sozinho numa parede grande branca,
penso eu, para fugir ao excesso de cartazes das galerias e ficar, de certa
forma, realçado e para ser observado sem qualquer distracção em seu redor.
A visita guiada foi feita pela Professora Sofia Gonçalves, que optou por começar pela parte final da exposição
para que não tendêssemos a fazer o habitual: desvalorizar os cartazes da
segunda parte, talvez pelo cansaço causado pela observação de tantos
cartazes anteriormente.
A primeira parte da visita foi
centralizada em Lawrence Weiner. Houve uma preocupação de nos traduzir alguns
dos cartazes, visto que muitos deles estavam carregados de texto. Uma das
frases que, inicialmente, me chamou à atenção foi “Quando vejo um cartaz e
quero lê-lo, é porque é um bom cartaz”, que aborda o carácter apelativo que
um cartaz pode ter. Lawrence admite também que o cartaz é um espaço de
intervenção artística, para além de um objecto informativo, afirmando que “o
cartaz é um palco para a apresentação do trabalho do artista”.
Outro cartaz que chamou à atenção
de todos e foi explicado bastante pormenorizadamente na visita foi um cartaz
alto e estreito, castanho com letras douradas, cheio de texto. O texto estava
dividido em três partes: uma primeira, com citações de Shakespeare com a
palavra “ouro”, em inglês; uma segunda parte em alemão; e, por último, outra
parte em inglês.
A segunda parte da exposição
englobava cartazes mais modernos e, diria até, abstractos e cheios de
ilustrações interessantes.
Foi muito útil para mim ver as
diferentes formas como usaram a tipografia e a adaptaram aos cartazes, ao longo
dos anos, de forma a torná-lo um objecto único. As colunas, as inclinações, os
cortes, as repetições, as grelhas, os contrastes, as cores e até a própria
assinatura do autor no cartaz. Cada pormenor pedia que fosse explorado não só
naquele dia.
Fotografias por Sofia Pêga