World Press Photo 2015


Uma das exposições anuais que nunca deixo de ir ver é o World Press Photo no Museu da Electricidade. Sou uma amante da fotografia por isso gosto de ver quais foram as fotografias selecionadas, sem as ver apenas na Internet. Em relação à exposição, não fiquei propriamente surpreendida e, a meu ver, a do ano passado foi melhor. Na área da natureza, as fotografias não era tão surpreendentes, no entanto, gostei muito de duas macros. As fotografias aéreas de Tomas van Houtryve chamavam qualquer um à atenção pela sua fantástica composição. A fotografias dos jovens de Samburu a tocar pela primeira vez num rinoceronte é fantástica pelas suas cores. Lu Guang registou a industrialização na China, na sua forma mais assustadora, ao ponto de colocarem esculturas de ovelhas como se estivessem a pastar, para parecer um local que tem natureza, quando, na verdade, ela já não existe. Outra fotografia que me surpreendeu pela sua composição foi a de Sergey Ponomarev dos vários níveis de escadas com pessoas a olhar. O mais incrível em todas as fotografias é a história que está por detrás delas. Não consigo selecionar propriamente uma fotografia preferida.

Logótipo | Proposta escolhida


Depois das propostas individuais apresentadas, seguiu-se a escolha de uma como final. Apresenta-se a identidade visual escolhida para o grupo ÀCOCA. é com muito orgulho que a adoptámos.

Livro do Bairro | Resultado Final


Depois de muitas colagens, tranferências, pop ups construidos, descontruídos, muita paciência, dedicação e trabalho de equipa conseguimos concluir o nosso livro sobre o Bairro da Liberdade. Correu bastante bem segundo as nossas expectativas.


Logótipo | Propostas do grupo


Tivemos que desenvolver individualmente uma proposta para a identidade visual do grupo. Após bastantes esboços, pesquisas e testes realizados, cada um apresentou a sua proposta. Cada uma tenta explorar o conceito atribuído ao nome do grupo. Por ordem, pode ver-se o logótipo da Catarina Sousa, o da Sofia Pêga, o da Patrícia Medeiros e o do Zé Monteiro.


Filme | A Garagem



Após o visionamento de outros filmes que nos serviram como referência, o conceito criado e as possibilidades ponderadas, definimos o modo como iriamos filmar todas as cenas e posteriormente editá-las. Visto querermos explorar ao máximo a garagem e o Senhor Armindo, optámos por fazer bastantes planos parados, de longe e de perto, de várias perspectivas (até mesmo da vista que o Aqueduto nos permite), dentro e fora da garagem, para que se pudesse viver todo aquele ambiente, como se o espectador estivesse presente, estivesse lá. O filme é também uma metáfora da nossa relação com o Senhor Armindo. Inicialmente não se ouve o Senhor Armindo falar, nós apenas estamos à coca, a filmá-lo, muitas vezes às escondidas. Só mais tarde é que o Senhor Armindo começa a ter confiança em nós, conta-nos as histórias de alguns objectos. Em relação ao carrinho de mão, quando ele aparece, somos de imediato transportados para o sítio de onde ele veio - a horta do Senhor José João - e o mesmo acontece com a chávena - para o café. Vamos "viajando" ao longo do tempo, recuando e avançando, vemos a garagem aberta, depois fechada e novamente aberta, tal como acontece ao longo do dia e, por outro lado, podemos também perceber essa evolução do tempo com as mudanças que ocorrem na horta. A imagem do interior do Aqueduto remete-nos para o sentido "sugador" que já atribuímos à garagem, várias vezes anteriormente. São 35 minutos de exploração intensa da garagem. Poucas são as partes que foram verdadeiramente encenadas. A câmara era quase como outro objecto da garagem, para que fosse tão insignificante que não incomodasse o Senhor Armindo nem atrapalhasse o seu trabalho. Ela, tal como nós, apenas presenciou a vivacidade da garagem no seu dia-a dia e dos objectos que lá habitam, carregados de simbolismo e passado.

A sinopse do filme pode ler-se [aqui].

Logótipo | Proposta final



A minha proposta individual de logótipo para o grupo ÀCOCA foi a que se apresenta em cima. Fiz duas versões, uma com assinatura e outra sem assinatura. A que não tem assinatura pode ser reduzida até 15mm e a que tem pode ser reduzida até 40mm. Optei por um logótipo simples mas eficaz que transmitisse o acto de "estar à coca", de forma súbtil.

Manual de Normas #1


Este foi o primeiro Manual de Normas Gráficas que desenvolvemos para a identidade visual do ÀCOCA. O Manual de Normas Gráficas definitivo pode ver-se [aqui].

Livro do Bairro | Em construção #2


O processo de produção do livro passou por transferências, colagens, stencils e engenharia do papel. Foi a primeira fez que fizémos POP UPS, por isso houve problemas com os quais só nos deparámos na realização no livro. Ainda assim, o facto da sua construção ter sido quase 100% artesanal torna-o muito mais interessante.

Livro do Bairro | Em construção #1




Aqui ficam os estudos do livro que fizemos no computador, antes de fazer a impressão artesanal. Eles ajudaram-nos na sua construção e organização do livro, no entanto, após a impressão com transferência, o livro tornou-se muito mais interessante.

Pesquisa | Manuais de Normas

Para fazer o logótipo, para além de ter pesquisado logótipos de várias marcas, bem como a sua evolução ao longo dos anos, pesquisei vários manuais de normais para ver como esses logótipos são aplicados posteriormente. Entre eles, três dos que mais achei interessantes foram o da Universidade de Lisboa [aqui], o da EDP [aqui] e o da SAPO [aqui].

Logótipo | Estudos #2

No processo de criação da identidade do grupo, foi proposto a cada elemento que cria-se um logótipo. Após fazer várias pesquisar acerca do significado da expressão "estar à coca", percebi que significa espreitar, observar sem ser visto. Lembrei-me, de imeadiato, de olhos, alguém a espreitar, olhos escondidos... Por outro lado, a expressão "estar à coca" remete-me para o Senhor Armindo, que está sempre à coca no Bairro a ver se encontra novos objectos para arranjar, vender, roubar, todos os dias. E foi com base na garagem que desenhei um logótipo em que as letras estão preenchidas a preto, tal como o fundo da garagem. Neste post é possível ver vários estudos feitos já no computador.

Logótipo | Estudos #1


Numa fase muito inicial, comecei por perceber o que significava "estar à coca", qual a origem da palavra e descobri até que existe o verbo "cocar". Com base nestas pesquisas tentei desenvolver um conjunto de primeiros esboços.

Nós cocamos


Para que não nos esqueçamos do verbo mais importante para nós enquanto grupo - COCAR - decidimos afixá-lo no nosso painel. Não só para o termos sempre em mente, mas também para o darmos a conhecer aos outros grupos.

Está na hora de ler os jornais


Tal como o nosso grupo, todos os outros tiveram que desenvolver um jornal do bairro. Houve uma troca! Os formatos, os materiais e as referências, foram diversos. Uns mais dirigidos para o bairro, outros para a interacção com o bairro e o que resultou disso mesmo, e ainda outros mais dirigidos para o grupo. Todos bastante interessantes e revelam muito sobre o bairro e a forma como está a ser abordado. Neste post mostramos algumas das páginas que mais gostámos.

Traité des couleurs servant à la peinture à l'eau


Em 1692, um artista conhecido por A. Boogert escreveu/pintou um livro sobre a mistura de aguarelas. Para além de escrever sobre o uso das cores na pintura, explica como criar determinados tons, misturando-os ou adicionando um certo número de gotas de água. São quase 800 páginas de estudos sobre a cor e o resultado é espectacular! Chama-se Traité des couleurs servant à la peinture à l'eau. Existe apenas um exemplar que foi visto por muito poucas pessoas.

271 anos depois foi criado o Pantone Color Guide, para o qual este livro de 1692 nos remete de imeadiato. O livro está cuidadosamente guardado na Biblioteca Méjanes em Aix-en-Provence, em França. A versão completa pode ser visualizada [aqui].

Manifesto | Resultado Final


Este é o nosso manifesto.

As linhas mais definidas pelos limites das colagens sugerem os vincos que ficam marcados numa folha, quando esta é usada para a construção de um avião de papel. Um avião que representa a liberdade, os não-limites, que são enfatizados no nosso manifesto.

Tivemos a preocupação de numerar os 10 tópicos pelo qual o nosso manifesto é composto e realçá-los bem. À partida, o espectador sabe que são 10 pontos mas para os conhecer/ler terá de se concentrar, aproximar, procurar nas letras pequenas o que é o quê - estar "à coca". Por isso, o tamanho das letras que compõem o conteúdo deste cartaz, em relação ao seu formato A1, é propositado, de forma a que o espectador também esteja "à coca" ao ler o manifesto, ou seja, o espectador ao ter a necessidade de semi-serrar os olhos para ler o que lá está, aparenta estar "à coca" de alguma coisa.

Em relação às colagens, com vários pedaços de papéis de diferentes tipos (desde papel craft a cartolina azul), para além de nos termos inspirado nas referências que podem ver [aqui], inspirámo-nos no Senhor Armindo, da garagem. Fomos respigadores e aproveitámos papéis que tinhamos em casa para fazer o manifesto e dar-lhes uma nova vida e significado.

Manifesto | Em construção #3


Começámos por fazer a colagem de papeis variados, desde cartolina azul, a papel craft, a papel cavalinho. Depois do fundo preenchido, imprimimos manualmente o manifesto e regressámos à aventura do transfer, que segundo as nossas expectativas, correu bastante bem.

Manifesto | Em construção #2


Uma combinação de ideias soltas, de inquietações partilhadas, ideias lançadas, referências recolhidas e temas procurados, encontrados. Assim, definimos o nosso manifesto e fizemos experiências gráficas. O manifesto completo pode ler-se [aqui]Neste post estão algumas experiências gráficas feitas.




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Carta de Intenções



Esta carta de intenções foi escrita para expormos o nosso objectivo ao fazer um manifesto. O porquê desta revolta interior e o que queremos dizer a toda a gente! É desta carta de intenções que surge o manifesto. Pode ver-se o em .PDF [aqui].

Manifesto | Referências


Com o intuito do nosso trabalho ter o melhor resultado final possível, decidimos recorrer a algumas referências, como fonte de inspiração para o nosso manifesto. Algumas delas são expostas neste post.
"Liberdade
Ai que prazer 
Não cumprir um dever, 

Ter um livro para ler 

E não fazer! 
Ler é maçada, 
Estudar é nada. 
Sol doira 
Sem literatura 
O rio corre, bem ou mal, 
Sem edição original. 
E a brisa, essa, 
De tão naturalmente matinal, 
Como o tempo não tem pressa... 
Livros são papéis pintados com tinta. 
Estudar é uma coisa em que está indistinta 
A distinção entre nada e coisa nenhuma. 

Quanto é melhor, quanto há bruma, 
Esperar por D.Sebastião, 
Quer venha ou não! 

Grande é a poesia, a bondade e as danças... 
Mas o melhor do mundo são as crianças, 

Flores, música, o luar, e o sol, que peca 
Só quando, em vez de criar, seca. 

Mais que isto 
É Jesus Cristo, 
Que não sabia nada de finanças 
Nem consta que tivesse biblioteca... "
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"


Em 1918, Schwitters começou a desenvolver as suas "colagens", às quais chamou de ‘Merzibiden’ (Merz-imagens). No ano seguinte na Galeria Der Sturm, em Berlim, revelou-as ao público.

Manifesto | Em construção #1



Começámos por ter algumas ideias soltas daquilo que poderia ser o nosso manifesto. Temas que queríamos abordar, que nos suscitam inquietação, aquilo pelo que queremos lutar, mas que também nos define. Visto estarmos no início da fase onde temos que desvendar a identidade do grupo, discutimos isto todos estes temas em conjunto, como uma partilha de ideias do que é o grupo para nós e como nos sentimos dentro dele.


Apresentamos o relato dessa mesma conversa.


Como os lenços de papel são indispensáveis para um bibelot, 
Como a luz é precisa dentro de uma caixa opaca vazia 
Como um compasso que faz cubos; 

Nós Deixamo-nos levar pela preguiça.
Nós Ouvimos o Zé.
Nós Mentimos como o Sr. Armindo.
Nós Vivemos em garagens.
Nós Queremos espirais para sempre.
Nós Recusamos musicais da Disney. 
Nós Achamos que rir é pecado.
Nós Consideramos que trabalhar é blasfémia.
Nós Desejamos morte aos prazos.
Nós Precisamos de esfolar os formatos novos.

e Escolha-se a primeira font que aparecer
Agora a sério, despachar isto que a Sofia tem autocarro.


- Espertos - Trabalhadores - Eficácia - Católicos 


É proíbido utilizar tecnologias em público. Mas primeiro temos que ter água canalizada.

Não podemos dizer asneiras.

1. As mentiras são verdade as verdades são mentira.
2. A passividade é impossível, queremos actividade! Não queremos morrer gordos no sofá, levantem -se connosco e venham dançar a dança da chuva.
3. O cérebro é importante utilizemo-lo no papel e não no ecrã.
4. Paremos de olhar para o ecrã, que o meu avô é mais direito que eu.
5. Os velhos oiçam os novos, os novos oiçam os velhos. O Zé Ninguém também tem que ser ouvido.
ou
5. Os velhos oiçam os novos, os novos oiçam os velhos. Todos são zés
6. Abaixo as fontes, Urinóis na rua e buracos para as mulheres, ruas com cheiro a mijo é nojento.
7. Desarrumem a vossa casa, a rua é de todos (e o Armindo sabe!)



BATALHAMOS CONTRA A INÉRCIA!

Espada em punho e um cérebro na cabeça - Corrida contra andarilhos.

Ténis da nike com pés com fungos.

Sejamos diagonais, hipotenusa ao quadrado é igual à soma do quadrado dos catetos. 

Abolição da TVI e a Querida Júlia, contribuem para o buraco de ozono, os animais ficam extintos, o chocolate vira azul e a cerveja não tem álcool.


Abdominais invertidos, o sofá é o melhor personal trainer, o glúteo esquerdo é maior que o direito, galinhas e avós a melhor parte são as asas e as pernas.